sábado, 10 de outubro de 2009

O SAMBA É AIRTON SANTAMARIA





Airton Fortunato nasceu no bairro das Perdizes, na Zona Oeste, bairro tradicional próximo ao centro de SP, mas suas raízes estão na Barra Funda, berço do samba paulista e de sua paixão a Camisa Verde e Branco.

Começou no samba vendo desfiles no Parque da Água Branca, nesta época tinha o Henricão, famoso sambista, que sempre fazia uns pagodes ali na Rua Ministro Godoy, nas Perdizes aonde Blecaute figura antiga do carnaval paulistano também participava, tinha uns seis anos, isso foi por volta de 1948.
Em 1949, 1950, ia aos Campos Elíseos e ficava vendo samba com os tios, pequeno ainda, mas era a sua “brincadeira” favorita. Na Barra Funda reduto de grandes sambistas que freqüentavam o Largo da Banana para jogar a Tiririca acompanhava com espanto as evoluções dos negros respeitados, mas o samba era a sua atenção, principalmente quando o famoso Pezão cantava e todo mundo acompanhava. Mas era criança e ficava só observando, e aprendendo pois já estava no sangue a paixão pela musica.

Já adolescente conheceu o Peruche, por volta de 1952, participava então de uma roda de samba na rua e depois iam para o “pastão”, da Barra Funda. Durante um tempo freqüentou a agremiação, mas sua inspiração pelo samba ainda estava para acontecer.
Foi freqüentar O Camisa quando tinha uns 19 anos. Aí se apaixonou, isso era 1961, A Escola já desfilava no estilo de samba-enredo, falando de temas históricos do Brasil e da Cultura Negra, desfilou a primeira vez quando o tema escolhido foi sobre a Nega Fulo.
Foi integrante da ala de compositores da Camisa Verde e Branco, tendo seu inicio de carreira no tempo que a escola era cordão. O violão de seis cordas é seu instrumento musical, apesar de massagear outros instrumentos, foi um dos autores do samba enredo de 1978, entre outras participações que fez na Escola.

Hoje faz parte da Velha Guarda Musical da CVB, a primeira Velha Guarda de Escolas de Samba de São Paulo e se apresenta com alguns dos mais antigos veteranos sambistas em atividade. São componentes históricos da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, herdeira do tradicional carnaval de rua da Barra Funda e do cordão carnavalesco Mocidade Camisa Verde e Branco, como Tio Mario, Dadinho, Ailtinho, Mario Luiz, Paulo Henrique, Melão, Nelson Primo. E tem composições suas gravadas por muitos cantores de samba a mais famosa em parceria com Mario, o quinteto em Branco e Preto gravou, A Nata do samba, composição que exalta os altos do Bairro da Limão, a Vila Santamaría, melodia bonita como todas suas composições sempre exaltando o belo o formoso, e o samba. Lançaram um CD muito bem produzido, “Canto pra viver" que ainda hoje é o carro chefe do grupo. O maior sofrimento dessa turma é que é tudo são-paulino, dia de jogo você não acha ninguém, ta todo mundo na frente da televisão sofrendo com o futebol.
Sempre participou de todos Movimentos Culturais em prol do Samba e Da Comunidade, convidado assíduo nos eventos do Sesc, em toda São Paulo, também participou em 2007, no Projeto Samba na Galeria Olido, em que comandou a Roda de Samba com a participação de sambistas paulistanos cantando e contando um pouco da historia do samba paulista.
Canta e toca com o pessoal da VG Musical nas melhores casas noturnas de SP, como o Traço de União o Vila do Samba, e quem quiser ouvir ele e sua turma, é só contratar que sempre estarão a serviço do samba pra quem quiser ouvir musica boa, inclusive acompanham diversos artistas de SP e do Rio, e também pode dar uma sorte, pois ele sempre da uma canja aos sábados lá na Contemporânea, ou então na Padaria do Seu Alberto, recanto de Sambistas da Vila Santamaría.



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