segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PROJETO DE APOSENTADORIA AOS COMPOSITORES E ARTISTAS DA MUSICA


 AIRTON SANTAMARIA APOIA O MOVIMENTO

A Comissão de Educação do Senado recebeu nesta quarta-feira (9) representantes da velha guarda do samba para debater benefícios e condições de trabalho da categoria. Em audiência pública proposta pelos senadores Flávio Arns (PSDB-PR) e Ideli Salvatti (PT-SC), os compositores pediram a votação de uma proposta, em 2010, que garanta aposentadoria especial e seguro desemprego.
Na prática, a proposta compensaria as dificuldades enfrentadas pelos sambistas e compositores pelo fato de não terem a atividade regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isso faz com que a maior parte trabalhe sem carteira assinada, o que compromete a aposentadoria ao longo da carreira.
Dos nove sambistas presentes na discussão, boa parte conta com uma aposentadoria, após cinqüenta anos de atividade, inferior a R$ 1.100. Eles argumentam que a aposentadoria especial e o seguro desemprego será uma forma imediata de compensar perdas, principalmente para aqueles com mais de cinquenta anos de atividade.
Autor do requerimento da audiência, o senador Flávio Arns se mostrou disposto a avançar o assunto na Casa. “A aposentadoria e o seguro desemprego são apenas o primeiro passo para a tranquilidade e cidadania desses compositores. Iniciamos os esforços para apresentar, de forma conjunta, a proposta já para o próximo ano.
Atual presidente da Comissão de Assuntos Sociais, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) também defende as reivindicações dos representantes da velha guarda do samba. Ela comprometeu-se em apresentar a mesma proposta em sua comissão. “Acho que o assunto cabe nas demais comissões da Casa. Esses compositores prestaram uma grande colaboração para a cultura brasileira e não podem continuar sem a atividade regulamentada e com falta de benefícios”, avalia.

Direito autoral

O compositor Wilson Moreira foi um dos que protestaram contra a falta de rigor de televisões e rádios no pagamento dos direitos autorias. Segundo ele, os veículos insistem em reproduzir as obras dos compositores e deixar de pagar o direito previsto em lei.
 “Tenho obras que já ganharam vinte e duas gravações diferentes. No entanto, ainda continuo pobre. O retorno pelos direitos me rende R$ 319, o que é inferior a um salário mínimo. Isso é muito triste para o sambista”, protestou Moreira.A falta de pagamento dos direitos autorais aos artistas também foi criticada pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Na sugestão do parlamentar, a cada dez anos, quando as emissoras e TV e rádio são obrigadas a renovar as concessões, as empresas deveriam apresentar uma espécie de "nada costa" ou comprovação de que os direitos foram devidamente pagos aos compositores. Caso contrário, não teriam a outorga renovada.“Essa simples mudança faria com que as rádios e TVs passassem a dar um tratamento diferenciado aos compositores. Mas a proposta foi apenas discutida, enfrentou grande dificuldades em caminhar na Casa”, disse o Crivella.
Todos os nove sambistas presentes na audiência receberam placas em homenagem pelos senadores presentes. Além disso, tiveram a oportunidade de distribuírem material como discos e livros aos senadores da comissão.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TRAÇO DE UNIÃO MOSTRA VELHA GUARDA

DIA 27 11 09 NO ANIVERSÁRIO DO TRAÇO DE UNIÃO A VELHA GUARDA DO CAMISA VERDE E BRANCO ESTARA PRESENTE COM SUAS COMPOSIÇÕES E SUA HISTORIA
CONVITES COM MUITA PROCURA  R$ 100,00 E OPEN BAR, CERVEJA, CAIPIRINHA E AGUAS

terça-feira, 10 de novembro de 2009

22 11 09 CENTRO CULTURAL SAO PAULO 18.00 HS DOMINGO

22 11 centro cultural sp 18 00 hs
PARTICIPANDO DOS EVENTOS DA COMEMORAÇÃO DO DIA DA NEGRITUDE 
ESTAREMOS NO CENTRO CULTURAL SAO PAULO COM A C.V.B
ENTRADA GRATIS

15 11 09 PAGODE DO CAFOFO COM A VELHA GUARDA DO CVB

PARABÉNS para o pessoal do PAGODE DO CAFOFO . O mesmo completará 7 anos de vida estaremos la dia 15 11 09 COM A VELHA GUARDA DO C.V.B

RODA DE SAMBA QUADRA DO CAMISA DIA 14 11 09 sabado tard/noite

A VELHA GUARDA ESTARA PRESENTE DIA 14 11 09, sabado a tarde inicio 16.00 hs NA QUADRA DO CAMISA PARA MAIS UMA RODA DE SAMBA

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 2006. Sol escaldante. Ao meio-dia, o vídeo-repórter Entra em um taxi rumo à Vila Santa Maria, na zona norte da cidade. A pauta da oitava vídeo-reportagem da série Samba SP, levada ao ar pelo UOL, era acompanhar os integrantes do Projeto Memória do Samba Paulista em uma reunião com a velha guarda da escola Camisa Verde e Branco.Capitaneado pelos produtores culturais T-Kaçula, 33, Renato Dias. 34, e Ligia Fernandes, 25, o projeto mapeia e registra compositores das velhas guardas das escolas paulistanas. O resultado será uma coleção com 12 CDs e um livro sobre a história do samba de São Paulo.Com o apoio da ONG Sambatá, dirigida pelo músico e produtor Guga Stroeter, o projeto já gravou seis discos da série. São eles: Embaixada do Samba Paulistana, Toniquinho Batuqueiro, Tias Baianas Paulistas, Velha Guarda da Escola de Samba Unidos do Peruche, Velha Guarda da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, e Ideval e Zelão. Os quatro primeiros têm lançamento marcado para março.O local da reunião com a velha guarda da Camisa Verde e Branco foi uma padaria na Vila Santa Maria que tornou-se tradicional ponto de encontro do grupo. Com a exceção de Hailtinho - que não foi ao encontro - e Jamelão - que chegou depois -, já estavam devidamente acomodados, e bebericando, os outros cinco senhores que carregam a memória de boa parte da história da agremiação da Barra Funda.Sob os respeitosos cabelos brancos de Nelson Primo, Mário Luiz, Paulinho, Airton Santa Maria e Dadinho (o único que não tem cabelos brancos, pois é calvo) estava uma simpatia e um bom humor de dar inveja a qualquer "mocidade".Na zona norte, a paixão pelo samba é explícita nas rodas e botecos. As conversas e brincadeiras ressoam bandeiras e orgulhos como nas discussões sobre futebol. De pé, ao lado da mesa da velha guarda, estava um sujeito falastrão, simpatizante da escola de samba Rosas de Ouro, e armado de picardia. "Este ano a Camisa vai cair", troçou. "Que é isso, a gente vem pra ganhar o carnaval", respondeu vigorosamente Paulinho, antes de ponderar, "o Camisa pode até não ganhar o Carnaval, mas com certeza a gente tem o melhor samba".Todos a postos e cessadas as brincadeiras, o produtor T-Kaçula, que também faz parte da ala de músicos da Camisa Verde e Branco, iniciou a reunião. Cuidadosamente, ele explicou os propósitos do projeto e ao final destacou, orgulhoso, que o convite para participar do Memória do Samba Paulista é "pela importância que a velha guarda da Camisa Verde e Branco representa para a história do samba de São Paulo, e pra estender mais, pela importância que a velha guarda representa para a história do samba brasileiro."A importância destacada por T-Kaçula reflete a longa história da escola. Em 1914, Dionísio Barbosa fundou o grupo carnavalesco Barra Funda, o primeiro cordão da cidade de São Paulo. O grupo, que saía nos carnavais com os integrantes vestidos com camisas verdes e calças brancas, teve suas atividades interrompidas em 1936. Em 1953, Inocêncio Tobias, o "Mulata", reuniu foliões que haviam dispersado do Barra Funda e dissidentes do cordão Campos Elíseos para fundar o cordão Camisa Verde e Branco. A nova agremiação sagrou-se campeã já no primeiro desfile em 1954, com o enredo IV Centenário de São Paulo. Em 1972, o cordão tornou-se escola de samba.Depois que Kaçula apresentou o convite, os senhores da velha guarda manifestaram-se, um a um. Conversa séria, indagações sobre sutilizas jurídicas e contratuais, questões financeiras. O sorriso dos sambistas desapareceu, as testas franziram-se em tom severo e
logo Mario Luiz disse à reportagem, amigável e educadamente: "Por favor, desligue a câmera".A reunião caminhava para o fim, a câmera deitada sobre o colo e o repórter quase em pânico. Afinal de contas, a pauta inicial, como descrito no primeiro parágrafo, "era" acompanhar a reunião do projeto Memória do Samba Paulista com a Velha Guarda da Camisa Verde e Branco. Na verdade, um esforço de se registrar a atuação de gente que busca cobrir uma lacuna colossal da história da cultura popular paulistana.Esse é o preço que se paga quando se sai de casa sem uma pauta fechada, armada em perguntas pré-definidas. "Faltou combinar com os russos", diria o lendário Garrincha. O documentarista Eduardo Coutinho, em entrevista recente à vídeo-reportagem do UOL, ao falar sobre o seu filme "O Fim e o Princípio", disse que esse procedimento (a não pauta) é o que lhe proporciona um encontro desarmado com o entrevistado. Como o sujeito que assina lá em cima não tem a destreza do citado documentarista e a possibilidade do encontro acabara de se desmanchar na mesa de reuniões da padaria do português, a reportagem quase chega ao fim logo no princípio. Quase!Por obra do acaso, alguém da mesa avistou à distância um homenzarrão de quase um metro e noventa a caminhar distraidamente na esquina oposta à da padaria. "Olha lá, olha lá, ó o Tio Mário vindo lá. Filma ele", disse o olheiro da velha guarda. E um outro acresentou, "este é a história do samba".Pois lá vinha uma Memória do Samba Paulista ambulante. Aos 79 anos, Tio Mário caminhava absorto, sob o sol de rachar, e batucava na palma da mão marcando o rítmo de seus passos. Nesse momento, acabou a reunião. O motor da câmera voltou a funcionar, os sorrisos voltaram à mesa e Airton Santa Maria sugeriu: "pega ele chegando lá de fora".Tio Mário veio caminhando no rítmo das palmas, distraído. Quando bateu os olhos no repórter a lhe apontar a câmera assustou-se. Parou desconfiado, manteve uma distância segura e abriu os braços como se dissesse "o que que foi que está me apontando isso?" Quando chegou à mesa, revelou o desconforto do encontro, "o homem chegou de supetão e eu pensei, vou pegar ele. Mas não sei se é canhão ou revolver (a câmera)".Tio Mário, diz que é "barrafundeiro nato, nascido na Barra Funda de baixo". Comandou o movimento de samba nas Perdizes, no morro da Calábria, e é também um dos dissidentes do cordão Campos Elíseos que ajudou Inocêncio Tobias a fundar a Camisa Verde e Branco. "Sou mais velho que a escola", orgulha-se.Um pouco refratário a render as perguntas sobre a sua trajetória no samba, resolveu abrir de outra maneira a sua caixa de memórias. Bateu na mesa e convocou os outros a o acompanharem na cantoria. Fio a fio, teceu uma roda de samba que revelou-se como um momento histórico, segundo T-Kaçula.Crescido entre batuqueiros de tambu e de sambas de umbigada, as composições de Tio Mário têm o inconfundível andamento dos sambas de "pés no chão". As mãos batendo na mesa de lata da padaria e os versos saindo: "Quebra quebra, quebra quebra / Quebra tudo linda flor / Quero ver se tem coragem / De quebrar o nosso amor." Entusiasmado, Airton Santa Maria comenta, "é a batida tradicional, não tem jeito, vem do tambu, da umbidada, do samba paulista".A forma de compor expõe as heranças da cultura africana. Como nas tradições banto, o encantamento e as ligações entre o mundo dos vivos e os antepassados interfere no processo de criação. "Cantador passou na minha cabeça, então eu começo a cantar. Eu levanto a noite e começo a escrever, aí deito e durmo. Levanto de manhã e digo comecei esse samba assim e assim. e passa. Tá guardado aquele negócio lá. Passa dois, três meses e, quando eu penso que não, vem a segunda parte", descreve o decano da Barra Funda.Pelo jeito, o "cantador" passou muitas e muitas vezes pela cabeça de Tio Mário. Um após o outro, na padaria do português, a velha guarda da Camisa Verde e Branco cantou vários sambas dele.Aos poucos, as pessoas foram saindo, a cuidar das vidas. A mesa esvaziou-se. Sobraram o Airton Santa Maria, Tio Mário e o repórter. A convite dos dois, a reportagem foi conhecer um bar, nas proximidades da padaria, que é reduto incontestável de sambistas da zona norte. Lá estavam gentes de vários blocos e escolas da região. Dentro do bar, antes de desligar definitivamente a câmera, ainda foi possível gravar o homenzarrão de 79 anos requebrar lentamente ao som de um agogô.Encerrado o expediente, encostado o cotovelo no balcão, copo de cerveja em punho, foram mais várias horas de conversa. Um sujeito falou longamente sobre o Navio Negreiro, um novo bloco do bairro. No final, previu que a reportagem estava presenciando o nascimento de uma escola de samba. O repórter, a essa altura, já pensava em fundar também uma escola. A Acadêmicos do Cotovelo de Ouro.Como as histórias são infinitas, o espaço é pouco e a memória é seletiva, a vídeo-reportagem pode ser considerada como um lampejo, uma centelha da Memória do Samba Samba Paulista. A narrativa é como os golpes da memória, fragmentada. E os sambas de Tio Mário inesquecíveis.

FONTE SITE UOL MUSIC

domingo, 11 de outubro de 2009







SAMBA À PAULISTA


O Berço do Samba Paulista


Em São Paulo dos anos 40, 50, tivemos um jogo de bambas chamado TITIRICA. Que no Rio de Janeiro chamamos de Pernada.Essa forma de cultura vem dos negros, e de antigas rodas de capoeira baiana, os golpes eram dados para derrubar o oponente na rasteira.Ela era "jogada" no centro da cidade (Barra Funda, Praça da Se) pelos negros que faziam ali pontos de engraxates, carregadores que vinham do Largo da Banana, do Glicério, do Mercado Central, e todo nego que estivesse à toa era bem vindo pra preencher as rodas no calangueado do samba, batido nas caixas de engraxates. Assim conta Osvaldinho da Cuíca e muitos outros remanescentes dessa época.
Havia repressão da policia a algumas manifestações, quando desmanchava as reuniões em.
Perseguições com cacetadas nos participantes e um ou outro ia passar a noite na delegacia central  A Tiririca era um misto de Capoeira com Samba, a cantoria de pergunta e resposta, e
a concentração para mirar nos olhos do adversário esperando uma bobeada pra jogar o mesmo no chão,Isso num circulo fechado conhecido como Roda de Samba
 Em São Paulo podemos encontrar ainda alguns bambas que participaram ou viram as famosas rodas Tio Mario do Camisa, Seu Nenê, Toniquinho Batuqueiro, Geraldo Filme, Plínio Marcos entre outros da Velha guarda do samba, inclusive seu Airton Santamaría, histórico sambista também do Camisa VB
E assim surgiram as rodas de samba de São Paulo oriundas na forma pela Tiririca, herança dos folguedos de Tiete, Tatuí, Pirapora, cidades das adjacências da capital, praticantes das Festas de Bumbo, Congado entre outras danças de origem africana e portuguesa. 
O Largo da Banana era o ponto de encontro para os sambas de rodas, rodas de tiririca e serestas.Hoje é o Memorial da América Latina, aonde eram comercializados cachos de banana, e que foi fundado por Dionísio Barbosa o primeiro cordão carnavalesco paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda. Formado pela comunidade negra. Mas o grupo teve que paralisar suas atividades nos anos 40 por problemas políticos. Reorganizado como Camisa Verde por Inocêncio Tobias, o grupo foi confundido com reacionários e teve a alteração do nome para Camisa Verde e Branco. Depois de 17 anos, em 1953, Inocêncio Tobias, o Mulata, cria um movimento para reorganizar o antigo grupo carnavalesco, criando no dia quatro de setembro o Cordão Mocidade Camisa Verde e Branco. Logo no seu primeiro ano desfilando como cordão, o Camisa vence o desfile de cordões, com o enredo IV Centenário.
Esta entre outras historias e contada pelo Seu Airton nas horas de folga já na rua do Samba a General Osório.

sábado, 10 de outubro de 2009

VIDEO DA VELHA GUARDA MUSICAL

Entrevista feita pelo sambista Emerson Urso


Me chamo Airton Fortunato, nasci aqui no bairro das Perdizes, na Zona Oeste. E vida de paulistano sabe como é... Sempre agitada. E minha família já era do samba...
O samba veio do berço, então?

Já nasci no samba. Naquela época a Camisa Verde e Branco não existia. Então a escola era Campos Elíseos, ali perto da Barra Funda mesmo. Eu me lembro que eu era criança e as tias levavam a gente pelas mãos. Lembro-me dos desfiles no Parque da Água Branca nesta época.
E quem fazia samba em São Paulo nesta época? Quem foram os precursores?
Precursores, amigos dos meus parentes... Tinha o Henricão, famoso, que sempre fazia uns pagodes ali na Rua Ministro Godoy, nas Perdizes. Aí aparecia também o·Blecaute figura antiga do carnaval paulistano. Eu tinha uns 6 anos, isso foi por volta de 1948.

O Cordão Camisa Verde nesta época ainda não havia voltado às atividades?
O pessoal da Barra Funda militava lá nos Campos Elíseos, mas o Grupo Barra Funda, fundado por Inocêncio Batista, que é a primeira fase da Camisa Verde, parou em 32 em razão da revolução. Como os fascistas eram conhecidos como “camisas verdes”, o cordão teve que mudar para Camisa Verde e Branco. Porém, nesta parada, só conseguiu voltar em 1953.
Você freqüentava o Largo da Banana?
Em 1949, 1950, nós saíamos dos Campos Elíseos e ficávamos vendo. Íamos com os tios, sempre, porque eu era muito pequeno. Mas grandes nomes freqüentavam o Largo: o famoso Pezão da Barra Funda era um. Mas eu era criança e ficava só observando.
Tinha muita pernada, roda de tiririca?

Pernada eu cheguei ver nos primeiros tempos da Camisa Verde e Branco, em 54. Me recordo muitos dos bebedouros de cavalos lá no Largo da Banana e nas calçadas tinha umas demarcações para eles venderem as bananas e outras coisas. Aí o pessoal jogava caixeta e tal. E rolava umas rodas de pernada também. Mas era sempre na boa, na brincadeira

Quando você ingressou na Camisa?
Eu só não ingressei lá quando ela foi refundada porque lá em casa a gente tinha uma política de não deixar criança ir ao samba. Porque tinha muita malandragem. Então eu só fui freqüentar a Camisa quando eu tinha uns 19 anos. Aí eu vesti a camisa. A Camisa Verde e Branco. Em 61
Quais as diferenças entre os cordões e as Escolas de Samba?
A Escola eliminou a porta estandarte, o baliza...Entrou a comissão de frente, o mestre-sala...

Isso trazido do Rio, né?
É, quando o desfile virou oficial em São Paulo, em 67, eles tiveram que fazer um regulamento. Aí imitou o Rio. A Nenê já tinha ligações com o Rio, mas quem inovou mesmo foi a Mocidade Alegre. Eu, particularmente, acho que não deveria ter mudado.
E a música? O samba daqui era diferente do carioca?
O samba paulista, em sua origem, é um relato, com estrofes. O samba carioca já é mais partido alto, com um refrão e versos de improviso. Mesmo os sambas de partido alto daqui tem outra medição. São Paulo fez grandes sambistas: Geraldo Filme, Henricão, Paulo Vanzolini, o próprio Adoniran Barbosa. São Paulo tem uma história muito rica.
Quando os cordões começaram desfilar ao ritmo de samba?
Isso foi no começo dos anos 50.O Camisa só desfilou uma vez com marcha. Depois, só samba.
Os compositores das escolas de samba chegaram a gravar disco, fazer sucesso nas rádios?
Sempre houve um problema porque a marginalidade era a marca das escolas de samba. Mas o Henricão gravou nos anos 40. Outros sambistas daqui como Gordurinha, o Verdurinha, o Vadico, estes também gravaram. O Geraldão da Barra Funda (Geraldo Filme) fez muita
turnê, mas só foi gravar um disco solo em 1980. Tinha os artistas de rádio e os sambistas
das escolas. Era muito diferenciado e estes artistas não iam às escolas porque se sentiam alienados.
Como eram os terreiros e as sedes das escolas de samba?
A primeira escola a Ter um terreiro, em razão de ter uma quadra, foi o Camisa, em 70. O Peruche tinha uma coisa lá no Caqui, mas era um pasto com os cavalos e eles batiam samba lá. Quando eu conheci o Peruche, antes de ir para a Camisa, por volta de 52, eles faziam
uma roda de samba na rua e depois iam para o “pastão”, o famoso “pastão”. Tinha que desviar de bosta de cavalo, buraco, formigueiro.
As sedes também não existiam. As reuniões sempre se davam na casa de algum sambista influente.
E os primeiros sambas enredo? Eram tirados do terreiro ou já eram feitos para se desfilar?
Já era em formato de samba-enredo, falando de temas históricos. O primeiro que eu desfilei foi sobre a Nega Fulô.
E como era o samba de terreiro das escolas?
Como eu disse, se dava em ambientes diversos. Eu tive a felicidade de ver grandes sambistas lá das Perdizes. Então eu cresci aprendendo com eles. Rolavam altas festanças, com fogueira e muito sambão. Lá no final da Rua Caetés, do outro lado do então riacho do
52 Sumaré havia o chamado Morro da Calábria. A galera fazia um pagodão lá no morro, no meio da floresta de eucaliptos.
E os jornais e revistas davam destaque ao samba?
Muito pouco, pois os sambistas eram muito mal vistos pela sociedade.
E como se deram os primeiros desfiles?
Os primeiros desfiles, ainda quando eu era criança, aconteciam no Parque da Água Branca. Depois passou para a São Luís, Parque do Ibirapuera, Avenida São João, Anhangabaú, novamente São João, Tiradentes e finalmente, Anhembi.
Antigamente, alguns sambistas diziam que o samba gravado perdia a magia na vitrola. Você concorda?
Não, eu acho que todo sambista tem o sonho de ver seu samba gravado, é uma grande satisfação.
Como você vê o samba de hoje?
São Paulo tem vindo em um movimento bom há mais de 20 anos. Só precisa de mais divulgação. O pessoal vem resistindo aí, fazendo sambas bons. O interesse, talvez, esteja maior do que no Rio. Você vê movimentos de sambistas novos que cantam sambas novos...
E o ritual de samba de terreiro nas escolas de samba? Existe ainda?
Antigamente, todo sábado havia uma roda de samba na sede da escola. Mas pra participar, você tinha que fazer um samba. O pessoal te dava um tema e você tinha que apresentar no fim da festa. Hoje só tem roda de samba de terreiro nos encontros da Velha Guarda. A
molecada não quer saber de nada. E não é só no samba de terreiro que está o problema. A Liga das Escolas de Samba de São
Paulo é uma sujeira só. A Globo dá o dinheiro dos direitos de Tv para eles e eles não repassam para a gente. Se não somos nós para batalhar...
O jovem não deveria estar mais presente?
O problema é que o jovem da escola de samba vai lá, toca seu tamborim no ensaio, depois toca na avenida e depois vai pro funk. Deveria ficar na quadra, tocar sambas de amor, de exaltação à natureza. Mas há uma juventude, sem relação com escolas, que revaloriza o verdadeiro samba como Quinteto em Branco e Preto, Emerson Urso, o T Kaçula, o projeto Nosso Samba.

CONTATOS PARA EVENTOS



airtonsantamaria@orkut.com.br
airtonfortunato@terra.com.br
airton7santamaria@gmail.com
airton.santamaria@bol.com.br
airtonsantamaria@hotmail.com

Cel (011 9306-2697
Tel. (055-11- 3337-1417 Cel. (011) 8016-1569

O SAMBA É AIRTON SANTAMARIA





Airton Fortunato nasceu no bairro das Perdizes, na Zona Oeste, bairro tradicional próximo ao centro de SP, mas suas raízes estão na Barra Funda, berço do samba paulista e de sua paixão a Camisa Verde e Branco.

Começou no samba vendo desfiles no Parque da Água Branca, nesta época tinha o Henricão, famoso sambista, que sempre fazia uns pagodes ali na Rua Ministro Godoy, nas Perdizes aonde Blecaute figura antiga do carnaval paulistano também participava, tinha uns seis anos, isso foi por volta de 1948.
Em 1949, 1950, ia aos Campos Elíseos e ficava vendo samba com os tios, pequeno ainda, mas era a sua “brincadeira” favorita. Na Barra Funda reduto de grandes sambistas que freqüentavam o Largo da Banana para jogar a Tiririca acompanhava com espanto as evoluções dos negros respeitados, mas o samba era a sua atenção, principalmente quando o famoso Pezão cantava e todo mundo acompanhava. Mas era criança e ficava só observando, e aprendendo pois já estava no sangue a paixão pela musica.

Já adolescente conheceu o Peruche, por volta de 1952, participava então de uma roda de samba na rua e depois iam para o “pastão”, da Barra Funda. Durante um tempo freqüentou a agremiação, mas sua inspiração pelo samba ainda estava para acontecer.
Foi freqüentar O Camisa quando tinha uns 19 anos. Aí se apaixonou, isso era 1961, A Escola já desfilava no estilo de samba-enredo, falando de temas históricos do Brasil e da Cultura Negra, desfilou a primeira vez quando o tema escolhido foi sobre a Nega Fulo.
Foi integrante da ala de compositores da Camisa Verde e Branco, tendo seu inicio de carreira no tempo que a escola era cordão. O violão de seis cordas é seu instrumento musical, apesar de massagear outros instrumentos, foi um dos autores do samba enredo de 1978, entre outras participações que fez na Escola.

Hoje faz parte da Velha Guarda Musical da CVB, a primeira Velha Guarda de Escolas de Samba de São Paulo e se apresenta com alguns dos mais antigos veteranos sambistas em atividade. São componentes históricos da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, herdeira do tradicional carnaval de rua da Barra Funda e do cordão carnavalesco Mocidade Camisa Verde e Branco, como Tio Mario, Dadinho, Ailtinho, Mario Luiz, Paulo Henrique, Melão, Nelson Primo. E tem composições suas gravadas por muitos cantores de samba a mais famosa em parceria com Mario, o quinteto em Branco e Preto gravou, A Nata do samba, composição que exalta os altos do Bairro da Limão, a Vila Santamaría, melodia bonita como todas suas composições sempre exaltando o belo o formoso, e o samba. Lançaram um CD muito bem produzido, “Canto pra viver" que ainda hoje é o carro chefe do grupo. O maior sofrimento dessa turma é que é tudo são-paulino, dia de jogo você não acha ninguém, ta todo mundo na frente da televisão sofrendo com o futebol.
Sempre participou de todos Movimentos Culturais em prol do Samba e Da Comunidade, convidado assíduo nos eventos do Sesc, em toda São Paulo, também participou em 2007, no Projeto Samba na Galeria Olido, em que comandou a Roda de Samba com a participação de sambistas paulistanos cantando e contando um pouco da historia do samba paulista.
Canta e toca com o pessoal da VG Musical nas melhores casas noturnas de SP, como o Traço de União o Vila do Samba, e quem quiser ouvir ele e sua turma, é só contratar que sempre estarão a serviço do samba pra quem quiser ouvir musica boa, inclusive acompanham diversos artistas de SP e do Rio, e também pode dar uma sorte, pois ele sempre da uma canja aos sábados lá na Contemporânea, ou então na Padaria do Seu Alberto, recanto de Sambistas da Vila Santamaría.



CONTATOS PARA EVENTOS:

asambamaria@yahoo.com.br

airtonsantamaria@orkut.com.br

airtonfortunato@terra.com.br

airton7santamaria@gmail.com


airton.santamaria@bol.com.br


airtonsantamaria@hotmail.com

Cel; 9306-2697

Tel. (055-11- 3337-1417 Cel. (011) 9306-2697 > 8016-1569